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Orla fluvial de Pão de Açúcar: Desde abril a revitalização está paralisada e o governador Paulo Dantas, até agora, não conseguiu reiniciar a obra

Até quando a população da Terra de Jaciobá vai ter que esperar a boa vontade do governador Paulo Dantas?


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  Fonte: Por Helio Fialho

Desde abril a revitalização da obra de revitalização da orla fluvial está paralisada

Desde abril a revitalização da obra de revitalização da orla fluvial está paralisada   Foto: Reprodução/Notícia Quente/Helio Fialho

Postado em: 25/09/2022 às 22:27:09

Desde o mês de abril deste ano a obra de revitalização da orla fluvial da cidade de Pão de Açúcar encontra-se paralisada. Segundo informações de trabalhadores que ficaram desempregados por conta das demissões promovidas pela empresa responsável pela construção da terceira etapa, a obra se encontra paralisada porque, segundo eles, devido à necessidade de o Governo de Alagoas reajustar o valor da obra por causa da elevação de preços de materiais utilizados nos serviços.

Apesar de esta etapa da abra ser exclusivamente de responsabilidade do Governo do Estado de Alagoas, em cumprimento a uma promessa do governador Renan Filho, na época, ao então prefeito Flavinho Almeida e, depois, reiterada ao então prefeito Clayton Pinto, para confirmar estas informações, a reportagem do Notícia Quente entrou em contato com o titular da pasta de Turismo do município de Pão de Açúcar, Marcos André Monteiro, conhecido como “Marquinhos de Téi”, já que ele tem sido uma das pessoas que mais têm cobrado ao secretário Mozart Amaral (Secretaria de Estado de Transporte e Desenvolvimento Urbano) a retomada da obra.

Segundo o secretário Marquinhos de Téi, “dois principais processos se encontram tramitando entre a Empresa Pimentel Engenharia (vencedora da licitação) e o Governo do Estado de Alagoas – o  termo aditivo de contrato, que está na SETRAND, e o empenho do crédito suplementar, referente ao restante da obra.

Segundo, ainda, Marquinhos de Téi, “está faltando, agora, o estado empenhar, para que a empresa tenha as garantias reais para poder construir a obra e, assim, poder, ainda, realizar as medições e receber o dinheiro referente à realização dos serviços”.

É importante destacar que estas informações foram repassadas para a reportagem do Notícia Quente, no dia 24 de agosto deste ano, isto é, há exatamente um mês, porém, até agora, a obra não foi retomada pelo Governo de Alagoas, cujo mandatário maior é o governador Paulo Dantas, que está concorrendo à sua recondução ao cargo, desta vez, através de uma eleição direta, a ser realizada no próximo dia 2 de outubro (1º turno).

O governador Paulo Dantas tem dito sempre, principalmente em programas eleitorais e em debates políticos, que em sua gestão “nada parou” porque, ao assumir o governo de Alagoas, em 15 de maio de 2022, ele continua dando sequência ao trabalho deixado pelo antecessor Renan Filho, que é seu padrinho político.  Enquanto isso, na Avenida Ferreira de Novais, precisamente na área na qual está sendo tocada a tão sonhada obra, o matagal cresce e atrai cobras, escorpiões, ratos e outros bichos nocivos aos moradores porque tudo está parado.

E enquanto o tão desejado reinício fica só na promessa do governador Paulo Dantas, que é parente muito próximo do prefeito Jorge Dantas, a insatisfação dos moradores e as críticas da população pão-de-açucarense são direcionadas ao Governo de Alagoas, principalmente das pessoas que residem ou comercializam ao longo da área que se encontra isolada com  tapume de metal, que foi colocado pela construtora da obra.  

Se o governador Paulo Dantas, que é primo do prefeito, e o secretário Mozart Amaral, que é filho de Pão de Açúcar, não autorizaram, até agora, o reinício da construção, isso quer dizer que, mais uma vez, não teremos a próxima Festa de Bom Jesus dos Navegantes em espaço  aberto, como queremos”, disse um comerciante local, que pediu para não ter o nome mencionado na matéria.

 

Insatisfeitos com a construtora

A reportagem do Notícia Quente, por meio de um ex-funcionário da construtora, conseguiu o número de contato telefônico do encarregado pela obra, para obter mais informações sobre a atuação da mesma, porém, não obteve sucesso nas tentativas realizadas. E dentre os questionamentos que pretende fazer, para inserir nesta matéria, está a insatisfação para com a empresa responsável pela obra que, segundo Marquinhos Monteiro, vem tocando a obra muito devagar, deixando muito a desejar no tocante a execução dos serviços.

Segundo, ainda, o secretário Marcos André Monteiro, a morosidade para terminar a obra, já fez com que o prefeito Jorge Dantas pensasse em buscar uma forma de o próprio município bancar as despesas financeiras, isto é, assumisse a conclusão da obra, para que seja entregue à população, pois o valor ainda a ser gasto é de R$ 1,5 a R$ 2 milhões de reais.

Contudo, para que o município assuma esta responsabilidade financeira, é preciso ter amparo jurídico, coisa que ainda não conseguiu, pois terá que dispensar a empresa que atualmente é a responsável pela execução do projeto, segundo informações de Marquinhos Monteiro.  

Está faltando besteira para a orla. Não falta nem um milhão e meio... dois milhões. Mas, juridicamente, a gente tem quem ver uma forma dessa empresa cair fora porque é muito devagar mesmo. Eu noto, também, é  muito devagar. Faz e para. E é a gente que corre para ver se o estado paga a ela. O prefeito vai atrás e é uma humilhação pra gente. E o prefeito está muito engajado, também, sabe?”     

 

Revitalização da orla, uma longa espera

Há quase meio século os moradores da cidade de Pão de Açúcar esperam a construção de uma orla fluvial que venha trazer beleza, estrutura e faça aumentar o fluxo de turistas à cidade. Isso porque a última revitalização de praças públicas, no centro da Avenida Ferreira de Novais (Rua da Frente) foi inaugurada oficialmente no dia 31 de janeiro de 1973, no encerramento do mandato do prefeito Antônio Gomes Pascoal.

Porém, na gestão do prefeito Flavinho Almeida da Silva Júnior (“Doutor Flavinho”), a esperança dos pão-de-açucarenses reacendeu com a construção da primeira etapa da importante obra de revitalização da orla fluvial da cidade, conhecida como “nova orla”.

Na ocasião da inauguração, por ocasião dos 166 Anos de Emancipação Política do Município (3 de março de 2020), os prefeitos Flavinho Almeida (que havia pedido afastamento do cargo) e Clayton Farias Pinto (que se encontrava no comando da gestão) entregaram à população uma estrutura com seis quiosques, passarela e mureta de proteção, cuja obra estende-se até às proximidades da “ Banca do Peixe”.  E, no dia 24 de dezembro do mesmo ano, o prefeito Clayton Farias Pinto entregou mais cinco quiosques, deixando cumprido o compromisso assumido para com o governador Renan Filho, que havia prometido construir a terceira etapa desta obra, até então, construída com recursos do próprio município.

No dia 02 de junho de 2021, o governador Renan Filho assinou, no Salão de Despachos do Palácio República dos Palmares, a ordem de serviço para a construção da Orla Fluvial de Pão de Açúcar. Na oportunidade, também subscreveram o documento os secretários de Estado do Desenvolvimento Econômico e Turismo, Marcius Beltrão; e de Infraestrutura, Maurício Quintella.  A obra de reestruturação e padronização da Orla Fluvial de Pão de Açúcar está orçada em mais de R$ 2,5 milhões. Com 7.156m², o espaço ganhará playgrounds, chuveirões, espaços para ginástica, bicicletário, ciclovia, quadra esportiva, área de jogos e para eventos, além de box policial e estacionamento.

Após a visita do governador Renan Filho a Pão de Açúcar, em 27 de julho de 2021, para assinatura da ordem de serviço do programa Minha Cidade Linda, a terceira eta da obra teve início em ritmo acelerado e tudo parecia que logo seria concluída, porém, em abril deste ano, parou por questões burocráticas, ou seja, o Governo do Estado de Alagoas não havia assinado, a pedido da empresa, o termo aditivo de contrato, para ajustar valores que estavam defasados, devido ao surgimento da inflação provocada pela pandemia Covid-19. 

Conforme consta nas plataformas sociais, no último dia 15 de agosto,  o prefeito Jorge Dantas esteve no Palácio junto com o governador Paulo Dantas, tratando de assuntos voltados para o seu município, sobretudo a retomada da obra de revitalização da orla fluvial da cidade. E apesar de todas as cobranças que estão sendo feitas ao governador Paulo Dantas, que insiste em afirmar que “nada parou” com sua chegada ao comando do Governo de   Alagoas, ele, até agora, não conseguiu reiniciar esta importantíssima construção que se encontra parada há cinco meses e sequer tem uma data marcada para reiniciar, o que só faz aumentar a angústia de trabalhadores que ficaram desempregados; de comerciantes que tiveram que desativar seus pontos comerciais; de moradores que já não estão suportando olhar para os tapumes que os impedem de contemplar as belezas do rio São Francisco.   

O governador Paulo Dantas recebendo a visita do prefeito Jorge Dantas que, na oportunidade, cobrou a retomada da obra

de revitalização da orla fluvial de Pão de Açúcar, porém, até agora, a obra não foi reiniciada. Foto: Reprodução/Redes sociais.

 

E por conta da inércia do atual Governo de Alagoas, no tocante à paralisação da obra de revitalização da orla fluvial de Pão de Açúcar, concluímos esta matéria indagando às autoridades competentes: até quando a população da Terra de Jaciobá vai ter que esperar pela boa vontade do governador Paulo Dantas?    

(Matéria atualizada às 12h12min do dia 26 de setembro de 2022, para inserir imagens e informações)

 

 

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  • Gelson Barbosa Jatobá 26 de Setembro de 2022 Uma vergonha anunciada em live pelo próprio governador e o atual gestor do Estado e parente do prefeito. Fica meu protesto pois olhando a campanha do mesmo fala em continuidade não é o que é visto. Obras paradas em todo estado inclusive a atual duplicação da Al 220 tem está parada e dois tratores em cada trecho para enganar o povo. Uma obra pequena como nossa orla não consegue fazer quiçá fazer grandes obras até parentes próximo do atual governador fala que ele não tem competência para dirigir nosso estado. Um cidadão indignado