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Organização dos Jogos prepara operação para abafar vaias a Temer na abertura

A organização da Olimpíada planeja fazer uma operação "abafa vaia" na cerimônia de abertura dos jogos, que se realiza no Maracanã, no dia 5 de agosto.


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  Fonte: Patrícia Campos Mello / Folha de São Paulo

O Presidente interino Michel Temer (PMDB) durante entrevista exclusiva para a Folha sobre a política

O Presidente interino Michel Temer (PMDB) durante entrevista exclusiva para a Folha sobre a política   Foto: Alan Marques - 16.mai.2016/Folhaspress

Postado em: 04/08/2016 às 07:58:54

A organização da Olimpíada planeja fazer uma operação "abafa vaia" na cerimônia de abertura dos jogos, que se realiza no Maracanã, no dia 5 de agosto.

Logo depois de o presidente interino Michel Temer falar, a organização planeja aumentar o som de uma música ou efeito sonoro de fundo em alto volume no estádio. Segundo a Folha apurou, o objetivo é evitar que as emissoras de televisão captem um possível momento constrangedor com vaias ou xingamentos do público contra Temer.

A participação do presidente interino na abertura vai se restringir à frase "Declaro abertos os Jogos do Rio, celebrando a 31ª Olimpíada da era moderna".

A fala não deve durar mais que dez segundos. A aparição breve do chefe de Estado é uma tradição das cerimônias de abertura.

No jogo de estreia da Copa, em 2014, a presidente Dilma Rousseff foi xingada e vaiada ao menos quatro vezes. "Ei, Dilma, vai tomar no c...", gritaram, em coro, os torcedores em São Paulo.

No Pan-07, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi vaiado no Maracanã lotado. Na época, ele estava com a popularidade em alta, e aliados do petista acusaram o então prefeito do Rio César Maia de orquestrar a vaia no estádio.

Na Copa das Confederações de 2013, Dilma foi vaiada no estádio Mané Garrincha pelos torcedores. Na ocasião, Joseph Blatter, ex-presidente da Fifa, chegou a pedir educação ao público, mas não adiantou.

CERIMÔNIA

No dia da abertura, os cerca de 45 chefes de Estado e de governo esperados para os jogos serão recebidos em uma recepção no Palácio do Itamaraty, no centro do Rio. A recepção é uma exigência do COI para organizar a logística e a segurança do deslocamento para o estádio do Maracanã.

O palácio foi decorado com flores e frutas brasileiras e os famosos cisnes do lago serão mantidos.

Por ser um local próximo a favelas como o morro da Providência, haverá esquema de segurança fortíssimo, com bloqueio das ruas a um quilômetro do edifício. Não haverá cobertura de imprensa.

O presidente interino Michel Temer receberá os líderes estrangeiros às 17h em uma fila de cumprimentos e rápido coquetel. De lá, todas as delegações seguirão juntas de ônibus para a cerimônia de abertura no Maracanã, menos a da França e dos Estados Unidos. Por motivos de segurança, elas terão comboios separados.

Entre os presentes no Itamaraty e na cerimônia de abertura estarão também Matteo Renzi, primeiro-ministro da Itália, Ban Ki Moon, secretário-geral da ONU, e o emir do Qatar, Tamim bin Hamad Al Thani.Teodoro Obiang Mangue, vice-presidente da Guiné Equatorial e filho do ditador Teodoro Obiang, que governa o país desde 1979, está na lista de convidados. Teodorin, como é conhecido, é investigado pelo Ministério Público Federal por suspeita de lavagem de dinheiro no Brasil, para compra de um apartamento e pelo patrocínio do desfile da Beija-Flor no ano passado.

Em 2013, quando ele passava o Carnaval no Rio de Janeiro, a França pediu a sua prisão e extradição, ele teve carros de luxo confiscados em Paris.

Temer assistirá à cerimônia ao lado da primeira-dama, Marcela Temer. Na tribuna de honra, terá a seu lado direito 42 convidados do governo brasileiro e, à esquerda, 42 convidados do COI. Ao centro estarão os líderes estrangeiros.

De lá, Temer segue para São Paulo ou Brasília. Se ficar muito tarde, ele irá passar a noite no Rio, em alguma instalação militar, cuja localização é mantida em sigilo por motivos de segurança.

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