Museu de Arte e Cultura Joãozinho Lisboa será inaugurado na noite desta sexta-feira (5) em Pão de Açúcar
Solenidade está marcada para as 19 horas, no antigo prédio da Cadeia Pública, agora transformado em museu.
Fonte: Por Helio Fialho
Prédio da antiga Cadeia Pública, o atual Museu de Arte e Cultura Foto: Reprodução/Daniel Gonçalves/Cortesia
Nesta sexta-feira (5), os moradores de Pão de Açúcar vão receber o Museu de Arte e Cultura Joãozinho Lisboa, uma obra que será entregue pela Prefeitura de Pão de Açúcar. Segundo informações, o ato inaugural está marcado para as 19 horas e contará com a presença de autoridades municipais e estaduais, incluindo o prefeito Jorge Dantas e o governador Paulo Dantas.
Em 2021, a vereadora Tereza Brito, que é artista plástica e professora, foi autora do Requerimento Nº 49/2021, que pede ao prefeito Jorge Dantas, a criação do Museu Histórico de Pão de Açúcar. A justa homenagem ao polivalente artista João Damasceno Lisboa, conhecido popularmente como “Joãozinho Lisboa” e “Joãozinho Retratista”, foi oficializada por meio do projeto de Lei Nº 02/2024, de autoria da mencionada vereadora, foi aprovado pela Câmara de Vereadores em sessão realizada no dia 16 de fevereiro deste ano. Em seguida, a lei foi sancionada pelo chefe do Executivo municipal.
O Museu de Arte e Cultura Joãozinho Lisboa é um antigo sonho dos pão-de-açucarenses e amantes da cultura, transformado hoje em realidade, depois de uma espera secular. E finalmente, na noite desta sexta-feira, estará abrindo suas portas ao público. Joãozinho Lisboa é considerado o mais expressivo artista de Pão de Açúcar, devido a sua polivalência: ele foi escultor, retratista, artista plástico, músico e projecionista de filmes cinematrográficos.
Sobre a construção de um museu ou casa a cultura, as expectativas dos filhos da Terra de Jaciobá sempre estiveram voltadas para dois prédios históricos da cidade: o antigo sobrado da Avenida Ferreira de Novais, hoje em ruínas (Paço Imperial) e o antigo prédio da Cadeia Pública, localizado no extremo da Avenida Bráulio Cavalcante, com fundos para a antiga Praça 13 de Maio.
Estes são dois prédios que precisam atrair a visitação pública. E, neste contexto, o antigo prédio da Cadeia Pública prestes a completar 147 anos de existência, teve prioridade e, a partir de sua inauguração, estará aberto para visitação, onde estará expondo um importante acervo histórico, cultural e artístico de Pão de Açúcar.
E para que hoje pudesse abrir suas portas expondo sua exuberância arquitetônica e belezas artistas e culturais, o Museu de Arte e Cultura Joãozinho Lisboa contou, principalmente, com o trabalho e a dedicação de uma importante equipe, formada por Igor Luiz Rodrigues (secretário Executivo de Cultura)), Marquinhos Monteiro (secretário municipal de Turismo e Cultura)), Íria Souza Sena (superintendente municipal de Turismo), Elson Madureira (chefe de Cerimonial), além de outros nomes envolvidos neste importante projeto que tem como objetivo fortalecer a Cultura e o Turismo local.
A antiga Cadeia Pública
Segundo relata o historiador Etevaldo Amorim, em seu blog ( http://www.blogdoetevaldo.blogspot.com.br/), a história da Cadeia Pública de Pão de Açúcar “tem início durante a Seca de 1877. A população de Pão de Açúcar padecia sob esse terrível flagelo, a que as populações nordestinas ainda hoje são submetidas.
Para mitigar os efeitos dessa catástrofe, e para socorrer também os imigrantes de vários pontos do sertão dos Estados limítrofes, o Juiz de Direito Dr. Alfredo Montezuma de Oliveira[i] conseguiu, junto ao Governo, recursos para abrir frentes de trabalho, ocorrendo-lhe empregá-los na construção desse prédio público. Ele era Presidente da Comissão de Socorros Públicos em favor das vítimas da Sêca.
Com a fachada voltada para a extensa avenida, dando fundos para os lados da Lagoa da Porta (e, mais além, o Cavalete), foi assentada em local estratégico, como a indicar o exato ponto até onde a prudência recomendaria construir, ante o perigo das enchentes.
Sua construção foi iniciada no dia 27 de novembro de 1877, conforme notícia do jornal O Pão D’ Assucar, edição de 2 de dezembro daquele ano:
“Cadeia. No dia 28 do passado, principiou-se a abrir os alicerces do edifício que há de servir de cadeia e Casa de Câmara desta Cidade.
A Comissão de Socorros Públicos empreendeu esta obra, e vai executa-la, para ter em que se ocuparem os emigrantes, a fim de incutir-lhes amor ao trabalho e livrá-los da ociosidade que sempre traz vícios.
Já tivemos ocasião de ver a planta levantada pelo Sr. Dr. Juiz de Direito Alfredo Montezuma de d’Oliveira; é uma obra magnífica. Oxalá que a concluam”.
Após a inauguração deste sonhado museu, espera-se, agora, a “tão implorada” obra de recuperação do nosso antigo sobrado, hoje Paço Imperial, completamente esquecido pelas autoridades municipais, estaduais e federais, ao longo de todas essas décadas.
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