Jornalista denuncia ameaça de empresário após publicar matéria sobre furto de energia

O jornalista e administrador da página Maragogi News, José Valdemar de Oliveira, denuncia ter sido alvo de graves ameaças e ataques homofóbicos nas redes sociais após publicar uma matéria sobre furto de energia elétrica em um estabelecimento comercial da cidade. O conteúdo da reportagem, que teve como base um release enviado pela assessoria da Equatorial Energia, não mencionava nomes, mas informava que o caso envolvia o dono de uma choperia local.

Segundo Valdemar, o empresário identificado como autor das ameaças fez diversos vídeos em suas redes sociais, onde aparece alterado, proferindo xingamentos, ofensas de cunho homofóbico e ameaças de violência física. "Tive receio pela minha vida ao saber que ele tem histórico violento", declarou o jornalista.

Em vários vídeos publicados nas redes sociais, o empresário profere palavras de baixo calão. "Se eu fosse frango, eu comia teu c*, viu seu arrombado do caralh*. Eu vou mostrar tu como é que os cabra vai comer teu c*”, pronunciou o empresário nas imagens.

Ainda em comentários na publicação sobre o furto de energia, o empresário confessa que a situação ocorreu com ele, mas externa palavras ofensivas mencionando a mãe do jornalista.

José Valdemar registrou boletim de ocorrência na Delegacia de Polícia Civil de Maragogi e informou que está entrando com uma ação por danos morais. O jornalista também procurou a Comissão de Direitos Humanos da OAB em busca de apoio jurídico e proteção.

A situação levou o Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Alagoas (Sindjornal) a emitir nota de solidariedade ao comunicador. Na nota, a entidade repudia as ameaças e destaca que o jornalista apenas cumpria sua função de informar a população com base em fontes oficiais. “O Sindjornal defende o livre exercício do jornalismo, respeitando os princípios da ética profissional, como ocorreu neste caso”, diz o texto.

O sindicato também reforçou a importância da mobilização da categoria diante de ataques como este. “Crimes de furto contra concessionárias de serviços públicos representam ameaça grave para toda a sociedade. A imprensa cumpre seu papel ao noticiar, e não pode ser alvo de intimidações por cumprir sua missão”, acrescenta a nota.