ECONOMIA

Famílias mais pobres são as mais afetadas pela inflação de 2024, mostra indicador do Ipea

Dados divulgados nesta sexta indicam que os preços aumentaram mais os grupos de renda baixa ou muito baixa; alimentos puxam alta.


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  Fonte: R7 - Por Jéssica Gotlib

Alimentos são grupo com maior peso na inflação

Alimentos são grupo com maior peso na inflação   Foto: Reprodução/R7/Eduardo Rodrigues/Agência Pixel Press/Estadão Conteúdo - 06/06/2024

Postado em: 14/06/2024 às 18:49:45

Quanto mais pobre a família, mais afetada ela foi pelo aumento de preços nos cinco primeiros meses deste ano. É o que mostra o indicador de inflação por Faixa de Renda do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) divulgado nesta sexta-feira (14). O índice divide as famílias em seis faixas de receita: muito baixa, baixa, média-baixa, média, média-alta, alta. Para as três primeiras, a inflação deste ano é maior que o IPCA oficial, calculado em 2,27%.

No caso dos grupos de renda muito baixa, o índice está em 2,57% em 2024. Entre abril e maio, o índice avançou de 0,41% para 0,48%. Segundo o Ipea, os grandes vilões são encontrados nos supermercados: alimentos consumidos em domicílio e artigos de higiene pessoal. A alta nos custos de água, esgoto e energia elétrica também tem destaque nesta conta.

O relatório do órgão atribuiu parte dos problemas inflacionários deste ano aos efeitos dos eventos climáticos extremos. Apesar dos resultados ruins, as famílias mais pobres são o grupo menos afetado pela inflação acumulada nos últimos 12 meses. Quando visto por esse ângulo, o indicador geral está em 3,93% e afeta mais quem tem renda alta, média ou média-alta.

Neste último caso, o Ipea indica que os principais responsáveis estão nos grupos de alimentos e bebidas, transportes e saúde e cuidados pessoais. Carnes, aves e ovos, leites e derivados e óleos e gorduras tiveram uma redução de preço que variou entre -8% e -1,2%. Os cerais, tubérculos, frutas e hortaliças tiveram aumentos que foram de 12,1% a 38,4%.

Nos transportes, as passagens aéreas lideram o ranking de reajuste de preços, com ganho de 19,9% em 12 meses. Elas são seguidas pelo transporte por aplicativo (11,7%), metrô (10,4%) e ônibus intermunicipal (10,2%).

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