Criador de raça que mistura poodle com labrador está arrependido: ‘Doido, Frankenstein!’
A mistura despropositada de tipos diferentes de cães torna os animais propensos a uma série de doenças genéticas, físicas e mentais. 'Eu abri a caixa de Pandora. Libertei um Frankenstein', disse Conron.

Fonte: Hypeness - Por VitorPaiva

Foto: Reprodução/Hypeness/Vitor Paiva
No fim da década de 1980 o australiano Wally Conron, a fim de atender a um pedido de um casal que precisava de um cão-guia que não tivesse pelo longo, criou algo que se tornaria uma tendência mundial: a mistura de raças entre cães a fim de combinar características diferentes – o chamado “design” de raças. Conron criou o Labradoodle, uma mistura de labrador com poodle que se tornaria uma das mais amadas e adotadas raças do mundo. Hoje com 90 anos, o criador diz, para supresa de todos que consideram o animal simplesmente “fofo”, que sua criação é a coisa de que mais se arrepende na vida.
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A afirmação de Conron revela um segredo sombrio por trás da fofura dos cães – e de todas as outras raças misturadas: a mistura despropositada de tipos diferentes de cães torna os animais propensos a uma série de doenças genéticas, físicas e mentais. “Eu abri a caixa de Pandora. Libertei um Frankenstein”, disse Conron. Sua maior angústia é, além do sofrimento do próprio animal – uma das raças mais amadas principalmente na Inglaterra e nos EUA – o fato da mistura desregrada ter se tornado uma tendência.
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“Profissionais inescrupulosos estão cruzando poodles com raças inapropriadas simplesmente para dizerem que foram as primeiras a fazer isso”, afirmou, em entrevista. “As pessoas estão virando criadoras por dinheiro”, concluiu, dizendo que a maioria dos labradoodles é “doida”.
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A ciência corrobora a afirmação de Conron de que a mistura inapropriada provoca males profundos aos pobres animais – mesmo outras raças ditas “puras” também apresentam problemas de saúde. Os donos dos animais, porém, discordam da posição, e afirmam se tratar de companheiros perfeitos, especialmente para quem tem alergia a pelos longos. Seja como for, trata-se de um debate fundamental, para colocarmos a saúde e o bem-estar dos animais acima de nossos mero prazer pessoal.
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