Artigo escrito pelo advogado Alcir dos Anjos: 'Notícia sobe a falta d`água em Pão de Açúcar'

ARTIGO

Tenho acompanhado as notícias sobre a falta d'água em Pão de Açúcar. Leio os comentários, a maioria atestando o desconhecimento do contestador, além dos erros de português e a falta de nexo nas colocações. Vi registro em vídeo de algumas ações paliativas, exatamente de gente que desaparece e, de repente, do nada, aparece em momentos de dificuldade, fantasiado de benfeitor, como se a máscara que está usando não fosse tão fina. Não comungo com esse tipo de aparição pública, cujo objetivo é de cunho meramente político pra uns, e demagógico pra outros.

Diante de um problema, o remédio é identificar a solução, agir rápido , e não fazer prosperar o mimimi interminável que a demora em resolver a situação estimula. A maioria se satisfaz em acusar, apontar o dedo, condenar, punir e não faz mais nada além disso!

É lamentável essa situação. Imaginem numa casa que tem gente idosa que precisa ficar numa cama deitada o dia inteiro, doente, sendo cuidada ou não pela família, bebês, crianças, etc, e não ter um pingo d'água nas torneiras nem pra fazer a higiene pessoal dessas pessoas? Isso mesmo! Pensem nisso!

Que contraste! O Rio São Francisco com tanta água, e casas e mais casas à mercê de caminhões-pipa, ou uma boa caminhada rumo ao Rio São Francisco, para transportar água para o consumo da família, para a limpeza pessoal, da casa, e no preparo da alimentação?!

Diante desse meu comentário, penso assim:

- o art 1o. da lei 7.347/85 - Lei da Ação Civil Pública - prevê responsabilização pelos danos morais ou patrimoniais, causados aos CONSUMIDORES que, para mim, é o ponto crítico da situação.

Essa ação poderá ser proposta pelo Município, Defensoria Pública, MP, etc.

Cabe, também, uma Ação Popular, que é voltada para proteger os interesses da comunidade.

Pra mim, já passou da hora de sair da conversa, da política, das acusações, e partir para a prática, judicializando essa questão que está prejudicando muitas famílias e penalizando pessoas inocentes e em situação de vulnerabilidade.

É inaceitável o que está ocorrendo, e a correção dessa realidade penosa deve ser realizada como prioridade da prioridade.

É como penso.

*É Advogado, membro da Academia Maceioense de Letras e da Alepa- Pão de Açúcar/Al.