Artesãos da Ilha do Ferro apostam em sustentabilidade
Com apoio do Sebrae, povoado em Pão de Açúcar vai investir em replantio de espécies nativas e certificação da atividade manual
Fonte: Gazetaweb
Artesãos da Ilha do Ferro apostam em sustentabilidade Foto: Reprodução/Gazetaweb
Uma das maiores preocupações de qualquer segmento nos dias de hoje, seja ele industrial ou artesanal, é encontrar formas de produzir sem prejudicar o meio ambiente. A questão da sustentabilidade vem se tornando o grande tema de organizações e empreendedores. Durante o encontro Ilha Criativa, em Pão de Açúcar, dezenas de artesãos discutiram o tema com técnicos do Sebrae e parceiros de universidades e poderes públicos.
Os artistas populares da Ilha do Ferro vivem do ofício de esculpir em madeira, além de produzir o bordado típico da região, o Boa Noite. O desafio é continuar produzindo com a segurança da preservação da natureza, de onde eles extraem a matéria-prima de seus trabalhos. Solucionar esta equação é vital para que a atividade não acabe.
O encontro foi promovido pelo Sebrae, em parceria com a Prefeitura de Pão de Açúcar, Universidade Federal de Alagoas e o Governo do Estado, através da Secretaria do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Os artesãos ouviram palestras sobre temas como Sustentabilidade, Economia Criativa e discutiram perspectivas para o futuro.
Eles também conheceram um mapeamento feito pelo consultor do Sebrae, Júlio Lêdo, apontando algumas possibilidades para trabalhar no povoado de forma sustentável. A noite foi marcada pela preocupação com o meio ambiente e a continuidade das atividades dos artesãos.
“O evento foi o início da execução de um conjunto de ações, que inclui capacitações e parcerias para o replantio e futura certificação da atividade artesanal na Ilha do Ferro. Eles estão conscientes da necessidade de trabalhar de forma sustentável e com gestão”, diz Marina Gatto, gestora de Artesanato do Sebrae Alagoas.
Artistas populares da Ilha do Ferro vivem do ofício de esculpir em madeira
Segundo ela, ainda tem muito trabalho pela frente, mas os criativos do povoado sabem que podem contar com o Sebrae. “Vamos oferecer a orientação necessária e promover ações essenciais para que o rico artesanato em madeira alcance cada vez mais pessoas”, completa Marina Gatto.
Além da sustentabilidade, outra questão pode encontrar na Ilha do Ferro um ambiente promissor: o crédito de carbono. Haroldo Almeida, coordenador da Associação do Crédito de Carbono Social do Bioma Caatinga, falou sobre a importância do engajamento dos artesãos. “O replantio de espécies nativas e a certificação da atividade artesanal podem reverter em lucro, através do mercado de créditos gerados com base na não emissão de gases do efeito estufa na atmosfera”, afirma.
O mercado de carbono existe no mundo inteiro e é regido em cada país por uma legislação específica, como no Brasil, que está regulamentado por meio do Decreto nº 5.882 de 2006. Basicamente, o mercado de carbono é caracterizado pela venda dos créditos de carbono entre um país que os detém, ao ter reduzido sua emissão de dióxido de carbono, e um país que precisa diminuir suas emissões, mas não atingiu suas metas.
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